25.1.05

O perigo vermelho (2)

"um PS profundamente ultraconservador", é assim que Daniel Oliveira classifica o principal partido de esquerda nacional.

Expressões como esta (mesmo descontando que estamos em período de campanha e as funções desempenhadas por Daniel Oliveira) só reforçam a minha convicção no sentido de que a principal razão para a esquerda moderada votar no PS é precisamente evitar que o PS fique "condicionado à sua esquerda" pela extrema-esquerda radical e "fracturante" de que Daniel Oliveira é um destacado representante.

Receio que quem vê com alguma simpatia a hipótese de uma coligação do PS com a extrema-esquerda, apoiando-se numa qualquer variante da teoria da vacina, não esteja a avaliar bem os riscos envolvidos. Espero que não se apercebam desses riscos apenas quando já for tarde demais...

Continuo aliás a considerar pertinente o que escrevi no post O perigo vermelho, há cerca de três semanas:

O actual panorama político nacional não me parece particularmente animador mas estou certo de que podemos ficar muito pior "do que estávamos". Bastará para tal que as eleições de 20 de Fevereiro possibilitem à extrema-esquerda chegar ao poder (ou exercer sobre ele uma influência considerável através de arranjos parlamentares). Creio aliás que a possibilidade de a extrema-esquerda obter uma influência política decisiva deverá ser a principal preocupação nas próximas eleições de todos quantos rejeitam o modelo totalitário que (mais ou menos disfarçadamente) essas forças políticas defendem.

Dia 20 de Fevereiro, mais importante do que a escolha entre uma das variantes de social-democracia propostas será evitar a ascensão da extrema-esquerda ao poder. Num contexto político muito pouco estimulante essa será, pelo menos para mim, a principal razão para votar.