23.7.05

O órgão oficial dos keynesianos

O Suplemento de Economia do Expresso defende as virtudes do investimento público.

Nicolau Santos e Pedro Lins embarcam na falácia dos multiplicadores. De acordo com a tese dos multiplicadores, o investimento público é bom porque alavanca investimento privado e promove o emprego. Tudo devidamente comprovado com estudos. Tudo falacioso porque

1. os investimentos públicos não criam investimento privado nem emprego, limitam-se a desviar os investimentos privados e os empregos das áreas mais rentáveis para as subsidiadas.

2. os estudos nunca avaliam o efeito inibidor dos impostos necessários para financiar o investimento público.

Curiosa é a a conclusão que Nicolau Santos tira: precisamos de investimento público, não sabemos é qual. Pois, mas esse é o problema do empreendedor que entra num negócio aceitando os riscos e estando disposto a perder o seu dinheiro. O risco é sempre limitado aos recursos financeiros que o empreendedor consegue mobilizar ficando o resto da sociedade livre desse risco. Um decisor público não pode ter a mesma atitude em relação ao risco porque, por um lado, não está a tomar decisões sobre o seu dinheiro e, devido à curta duração dos mandatos, não estará cá para se responsabilizar quando as coisas correrem mal, e por outro, os projectos públicos são projectos colossais financiados por todos os contribuintes pelo que uma má decisão afecta toda a sociedade. Por estas razões um decisor público tem que ser conservador em relação ao risco e não pode tomar decisões com base em preconceitos ideológicos ou feelings pessoais.