23.8.05

Que fazer? (2)*


As regras da escola dele (6 anos), excluem os miúdos da primeira classe do clube eleito de jogadores de Monopólio de final de tarde-enquanto-o-pai-não-chega. O que só lhe aguçou a curiosidade e o desejo. Assim, não partimos para férias sem levar uma versão dos primos.

Trata-se de uma versão com as suas curiosidades.
Lembro-me que há 30 anos, as ruas mais caras eram a «Rua Augusta» e o «Rossio». Na versão que agora usamos, as ruas mais caras são «Av. Marechal Gomes da Costa (Porto)» e a «Av. Lidador da Maia (Ermesinde)». Não deixa de ser sintomático (embora desconheça e tenha as minhas dúvidas sobre a tal rua de Ermesinde...), também aqui se reflectir o abandono e desvalorização das zonas centrais das cidades. Claro, tudo em euros e preços mais ajustados aos dias de hoje.

Mas continua um jogo engraçado. E educativo: que tudo tem um preço, que não se pode comprar tudo o que queremos, pois que o dinheiro não chega, que se passamos pela propriedade dos outros temos de pagar, que as economias/rendimentos devem ser investidas para se obter um retorno maior, não adiantando ficar com o dinheiro na mão, que se deve negociar e trocar propriedades com os outros jogadores, por forma a atingirmos os nossos objectivos de construção de casas/hóteis, etc. Claro, também se aprendem coisas comezinhas, como: a diferença de valor das notas, a realizar trocos, a respeitar o imprevisto, que existem despesas de manutenção, impostos, ou simplesmente, a gerir honestamente o dinheiro alheio, como quando se fica responsável pelo «banco»..
Evidentemente, nem sempre ganho. Não que faça de propósito, não é preciso. Basta-me cair na casa «pague o imposto de renda - 40.000 euros» duas ou três vezes seguidas, mais uma carta-surpresa «faça obras em todas as suas casas» para me darem cabo do património acumulado. E claro, algum azar nos dados. É a vida.

Custo: zero
Tempo médio de ocupação: Mínimo de 2 horas.

* Retido no Porto, com duas crianças