22.4.06

A BOA EXCEPÇÃO PORTUGUESA

Começou há pouco aquele que pode ser o jogo do título da 1ª Liga de futebol. Uma vez mais, confirmando a sua posição dominante desde que existe Democracia, o Futebol Clube do Porto está prestes a ser campeão nacional.
Com a capacidade de me espantar com muito daquilo que já sei de antemão que irá acontecer, tenho visto e lido o que tem aparecido nos media acerca deste título - quase nada!
Este título foi disputado até à jornada anterior e o interesse da comunicação social manteve-se até aí - mas mal se tornou claro que o Futebol Clube do Porto iria vencer, o caso foi dado como uma não-notícia, algo que não valia falar nem realçar. Contrastando, obscenamente, com a euforia, provinciana e encarnada, de há 1 ano em que a coisa foi tratada como se o destino do país estivesse em causa (todos fingindo ignorar que esse título tinha sido ofertado injustamente à equipa mais fraca que a minha memória futebolística consegue recordar como campeã).
Agora passa-se precisamente o contrário - não se fala, pouco se diz e tudo acontece como se ordem natural das coisas se processasse tranquilamente.
Melhor assim. Embora as razões profundas que levam essa gente a tentar ignorar o que é óbvio sejam muito diferentes e estejam na raíz do país pequenino que somos e seremos: parciais, mesquinhos e sem preocupações especiais em denotar um pingo de vergonha na cara.
Uma vez mais, melhor assim para a excepção azul e branca na monotonia da mediocridade portuguesa...