29.7.06

Patético, muito patético

Apareceram por aí muitas virgens ofendidas com a minha posição de suporte a Israel na luta contra o terrorismo. Uma delas, foi Miguel Vale de Almeida. Diz o Miguel que é muito triste estar por Israel e que é preferível tomar partido pelas pessoas que morrem e pelas que vivem aterrorizadas, no Líbano e em Israel e pelas que em Israel são contra a política do governo e pelas que no Líbano não querem ser reféns do Hizbollah.###

O Miguel, que nunca vi em manifestações contra o terrorismo, nunca deixa de estar na fila da frente se a manif for contra os que o combatem. O Miguel que sempre defendeu ditaduras mas agora faz de conta que já não se lembra, compara a oposição em Israel com os libaneses que se viram no meio de um de um grupo ilegalmente armado, que se passeia com total impunidade no Líbano. A imaginação de MVA está em alta. É preciso estar com uma grande dose da dita para se lembrar de comparar pessoas que vivem num país democrático, que podem manifestar livremente a sua opinião e lutar legalmente pela queda de um governo com gente que foi tornada refém, escudo e abrigo por um grupo terrorista armado.

Mas afinal, quem é que defende as vítimas inocentes? Os que acham que se deve deixar o Hamas, o Hezbollah e quejandos actuar impunemente, rebentar com mercados, explodir bombas em autocarros e matar todos os judeus por estatuto? Defender inocentes é defender que não se deve combater um grupo terrorista que se escuda no meio de civis e dispara mísseis ao calhas, para ver em quantos acerta?

Infelizmente, esta esquerda órfã de referências resolveu adoptar a defesa do terrorismo travestida de apego pela paz ou pela liberdade. Não há admiração. Afinal, eles são os mesmos que nunca criticaram a ETA, que sempre gostaram das FPs e do camarada Otelo, que nunca conseguiram esconder simpatias ocultas por todos os grupelhos terroristas que actuaram em nome de velhos ideias ditos de esquerda. Todos os dias há atentados terroristas no Iraque, mas eles só vão às manifestações contra a América. Eles desfilam em defesa de terroristas galegos mas não alinham com o Basta Ya. Eles perdem-se de amores por todos os que criticam a América, o capitalismo e Israel, as anti-causas que lhes restam de muitos anos de pensamentos inconsequentes derrotados pela história, incapazes que foram de arquivar as t-shirts de Che. Eles são aqueles que sorriem com a resistência do Hezbollah, porque lhes dá alento imaginar que Israel não é tão forte como parecia. Eles são os tais que só são capazes de criticar o 11 de Setembro com um contextualizador ?mas? em complemento.

O que se passa hoje no médio oriente ainda tem a mesma origem, a recusa palestiniana da divisão do território em 1948 por parte dos líderes árabes de então, decisão com que amarraram os cidadãos palestinianos por muitas décadas em nome de um ?tudo ou nada? que só pode dar em nada. O objectivo que anima hoje os Hezbollahs é o fim do estado de Israel.

Não está mais nada em causa. A independência da Palestina, já a tiveram nas mãos por várias vezes e nunca a quiseram, em nome do território uno e indiviso. O que eles querem é, simplesmente, o fim de uma nação. Espantosamente, encontram suporte por todo o lado, dos tais que se estão nas tintas para as vítimas do terrorismo mas que não se cansam de apregoar a maldade do ocidente. E são estes apoiantes das causas anti que vêm pôr-se em bicos de pés e levantar a bandeira dos inocentes. Patético. Realmente, o que há mais por aí é gente para quem o tempo não passa.